No ocaso da madrugada
quão triste é ouvir de longe
o desconsolo dos ventos púrpuros
ululados pelos corações vazios e covardes
em busca de lampejos de calor e redenção!
Quantas brasas requentadas mais
hão de recolher até que seja possível
arder em plena chama
alta, feroz e veraz
capaz de preencher
com renovada aurora
de luz e vida de outrora
as plúmbeas nuvens noturnas que trouxeram
com opróbrio e sub-repção
a calar todas as estrelas deste firmamento!
E se há tristeza neste mundo
capaz de tal malogro
Donde sói ver nos quatro ventos?
Donde jaz tal ressurreição?
Já que achacai tais vozes surdas
a rogar por tal pendão!
No enregelar de tais suspiros
nada mais há a surpresar
E a drunfar, drunfando afunda este manto carnal
E a cantar, cantando ajunta o que há no final
Nenhum comentário:
Postar um comentário